“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá.”
Salmos 37:5
por Fabiana Menezes
Algumas coisas temos que perder para Deus para ganhá-las. Deus sempre vai nos levar por caminhos de renúncia. Precisamos deixar o “Lázaro” morrer como Jesus fez (Jo 11:6). Nossos desejos, paixões, medos, ansiedades, preocupações, culpas, vergonhas, traumas, feridas, nos prendem em cativeiros sentimentais e espirituais. Essas coisas têm que morrer.
Descansar em Deus é renunciar, entregar, deixar no altar (Sl 37:5-7). Descanso não é passividade, o caminho de Deus é para caminhar; é necessário orar, clamar, meditar na Palavra, louvar. A renúncia nos ensina a orar corretamente; Jesus ora ao Pai: “Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lc 22:42). Temos que deixar algumas coisas no altar pela entrega. Quando não deixamos essas coisas no altar elas se tornam ídolos e roubam a nossa paz. Família, bens, reputação, ministério são coisas que precisam ser deixadas no altar, entrega-las para Deus. Somos apenas mordomos do que o Senhor nos confiou.
Só descansa quem entrega, só entrega quem confia. É renunciar, entregar, deixar nas mãos do Senhor. Nosso coração deve estar guardado em Deus, que é o Dono da promessa e não apenas na promessa em si. A promessa por si só nada pode fazer, quem realiza todas as coisas é Deus. Devemos buscar a presença de Deus e não somente Seus presentes. Deus tem muito para todos nós, mas precisamos priorizar o que é essencial (Mt 6:33).
Pedir e receber tem a ver com renunciar; pedir e não receber tem a ver com cobiça (Tg 4:3). Fé e obstinação são opostos. No Reino de Deus quando perdemos, ganhamos; quando damos é que recebemos; quando cremos é que iremos ver; quando servimos é que somos importantes; quando descansamos em Deus estamos trabalhando para Ele.
Não existe um princípio espiritual mais elevado do que a renúncia e o sacrifício. A renúncia concilia a vontade do homem com o propósito de Deus. Feliz é aquele que perde a sua vida neste mundo por causa de Cristo e do evangelho (Mc 8:35). Este encontra a verdadeira vida, a vida eterna. Negar a si mesmo é essencial para seguir Jesus, para ter a Sua companhia (Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23). Tomar a nossa cruz é matar a vida escravizada pelo nosso ego e adotar um estilo de vida de amor a Deus e ao próximo. Ser cheio do Espírito Santo não é o quanto temos Dele, mas o quanto Ele tem de nós.
Quando entregamos tudo o que Deus nos pede, vamos receber tudo que Ele promete; esse é o princípio da conquista. O caminho de Deus tem sempre a marca da cruz, do sacrifício e da renúncia. Sacrificar é entregar para Deus em holocausto, colocar no altar para ser queimado pelo Seu fogo. Deus vai queimar tudo que for “palha”, como nossas motivações erradas e corrompidas, nossa vaidade, orgulho e ambição. A essência do arrependimento genuíno é a renúncia.
Deus quer nos levar a um novo nível, a um novo entendimento e maturidade, e para isso precisamos nos entregar totalmente. Ou colocamos o nosso “Isaque” no altar ou não o entregamos para Deus. Quem mais impede o agir de Deus somos nós mesmos. Uma vida sem renúncia vai nos levar a idolatria, a ter ídolos no coração (Ez 14:4). Quando Deus nos pede o nosso “Isaque”, o que Ele quer na verdade é “Abraão”; Ele quer o nosso coração, a nossa entrega. Tudo que não entregamos para Deus torna-se insatisfação pessoal.
Não existe maior vitória do que nos rendermos, nos entregarmos a Deus de todo nosso coração e entendimento. Quando perdemos nossos direitos para Deus, os direitos de Deus serão nossos. Quando entregamos tudo que Deus pede, vamos receber tudo que Ele promete. Quando nos apresentamos aprovados diante de Deus, Ele nos apresenta aprovados diante dos homens.