por Daniel Soares
Sou Daniel Soares, pastor auxiliar do Ministério Yavé Shamá em Caetanópolis, casado com a pastora Jaqueline Alves. Somos pais do Miguel, nossa herança. Deixo aqui o testemunho da nossa luta e consequente vitória em relação à vida do nosso amado filho.
A expectativa da vinda do Miguel uniu ainda mais a nós como casal, à família, à igreja e amigos. Foi desejado, amado, abençoado mesmo ainda na barriga da minha esposa. Nascido no dia 19/06/2008, em Sete Lagoas, logo nos primeiros instantes do nascimento, me surpreendi com o tamanho dele e a força com que chorava. Nasceu de uma cesariana com 4.520 Kg e 54 cm de altura. Glória a Deus! Fui para casa dar a notícia a toda família. Eu estava muito feliz. Agradecia a Deus, chorava, ria, tudo misturado e foi justamente neste instante que começou nossa luta.
Ainda dentro do ônibus voltando para minha cidade, recebi uma mensagem informando que o Miguel havia dado entrada na UTI. Sabe àquelas horas em que o tempo fecha mesmo estando ensolarado? Já comecei a clamar ali mesmo ao Deus todo Poderoso, e fui tendo paz em meu coração para atravessar aquele momento difícil juntamente com minha esposa. Fomos chamados pelos médicos, e eles disseram que meu filho havia sofrido uma aparente falta de oxigenação, com indícios de convulsão e baixos níveis de glicemia. Miguel ficou 4 dias na UTI, depois mais dois na pediatria e fomos para casa com nosso filho estabilizado. Mas no decorrer dos dias, percebemos no Miguel alguns sintomas diferentes: mamava com voracidade, mas cansava e suava muito fácil, chorava muito forte como se sentisse dores, virava o globo ocular de forma estranha, tremia. Então fomos logo procurar ajuda médica (chamo a atenção do leitor aqui para estes sintomas pois, até que diagnosticaram o caso do nosso filho, enfrentamos muitas situações difíceis e de risco de vida para ele pois a convulsão pode deixar danos irreparáveis no sistema nervoso).
O endocrinologista achou a glicemia de Miguel muito baixa e associou todos os sintomas a isto, uma vez que foram feitos exames como ressonância e tomografia e os órgãos eram perfeitos. Foram usados muitos medicamentos, dietas. Ele não podia comer nada com açúcar porque seu organismo reconhecia o açúcar e liberava mais insulina ainda, daí caía rapidamente a taxa de glicemia. Estávamos sofrendo com tudo isso. Vários hospitais, viagens, convulsões, choro, sofrer. O hospital Felício Roxo quis pesquisar o caso mais não achou resposta. Então já acompanhado pelo Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, surgiu uma novidade para o tratamento: um medicamento injetável que retardaria a insulina. O teste foi feito e houve a resposta positiva. De custo elevado, tivemos que procurar nossos direitos legais e conseguimos judicialmente que o estado fornecesse o medicamento. Muita luta. Minha esposa foi uma guerreira durante todo esse tempo. Fazendo faculdade e trabalhando, por diversas vezes esteve viajando com meu filho. Ela precisou aprender a aplicar injeção, era três injeções diárias, além das perfurações nos dedos das mãos e pezinhos para monitorar as glicemias.
Dias e noites afora, mas nunca paramos de orar, clamar e fazer propósitos. Não nos conformamos com aquela situação, pensávamos no futuro do nosso filho. Com a glicemia controlada pela injeção, pudemos dar alimentos com açúcar para ele. Após 2 anos utilizando a injeção, foi suspensa e o seu organismo já regulava bem os níveis de insulina. Foi diagnosticado como H.H.P.I. ( Hipoglicemia Hiperinsulinêmica Persistente na Infância). Sabe leitor, não importa a sigla ou o nome que dão para a doença, se é rara ou comum; o mesmo Deus que criou o universo e que também te formou é capaz e poderoso para te livrar de qualquer mal. Foi com essa verdade que nossos corações como pais foram tocados. Recentemente nos convidaram para uma pesquisa genética de um médico de São Paulo para verem se havia alguma causa congênita. Fizeram ali o chamado “Cariótipo Banda G” meu e da minha esposa e descobriram no meu DNA uma mutação da qual o Miguel herdou esse distúrbio. Um dos diretores da Genética do H. C. disse que é raríssima a mutação. Eu nunca tive sintomas ligados à hipoglicemia. Mas como eles acharam a falha, o milagre se tornou algo ainda mais surpreendente. Era algo congênito. Ainda que congênito, Deus pode! “Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus.” Salmos 62.11
Hoje fazemos acompanhamento genético pois queremos outro filho. A chance de acontecer de novo a mutação é de 50 %. E a de Deus nos dar a vitória sobre todas as coisas, a partir de 100%. E o Miguel para provar que não teve sequela nenhuma, escolheu a bateria na Casa do Senhor para mostrar toda sua adoração, unção de alegria, sincronia, raciocínio, e força.
Miguel, nome do hebraico Mikhael, que vem de duas palavras: mikhayáh e El; e significa “Quem é como Deus?”. Agradeço por ter um filho com tanta presença de Deus, tanta luz, tanto sal. Profetizo que por você está caminhando nos passos de Jesus, as coisas vindouras serão de glória em glória, vitoriosas em nosso Salvador. Foi provisão de Deus conhecer a Revista Aliança, uma vez que é um canal de bênção, um ministério edificante para quem o lê.