A benção e a maldição vem de Deus (Dt 30:19), assim também como vem a graça (Ef 2:8,9)
por Fabiana Menezes
A essência da Aliança que Deus fez com o homem é benção e maldição. A benção é a consequência da obediência, e a maldição é a consequência de quebrarmos um limite que a Lei proíbe. A Lei de Deus estabelece consequências pela transgressão, essas consequências são a maldição (Dt 28; Lv 26). Pecados tem consequências; o relativismo moral é ignorância e incredulidade (Pv 14:9). Deus nos explica e nos alerta na Sua palavra sobre as consequências da desobediência, como uma conversa entre Pai e filho. A maldição é o amor e o zelo de Deus, a Sua correção. Ela é a expressão do amor de Deus, por que um bom pai corrige seus filhos. A maldição denúncia desordens e transgressão espiritual, e vem para nos alertar, corrigir, castigar, recuperar ou destruir se não aceitamos a correção ou respondemos com rebelião.
A maldição na Bíblia está relacionada ao povo da Aliança, aos filhos de Deus. Ela é a correção de Deus, castigo, um mecanismo de alerta, é purificar pelo sofrimento. A responsabilidade do cristão aumenta e piora as consequências sobre ele mesmo em relação ao pecado. O principal papel da maldição é denunciar desordens espirituais, pessoais e territoriais. A dor é um sintoma “bom”, mas nem sempre o que é bom é agradável. O propósito da dor não é nos destruir, mas fazer com que as providências adequadas sejam tomadas. Deus quer corrigir nossos caminhos (Hb 12:6). Deus não abre mão de nos corrigir quando precisamos. Só há dois caminhos para lidar com a maldição; amar a correção de Deus e pela intercessão, fechando as brechas, restaurando os muros, os lugares antigamente assolados de geração em geração (Is 61:4). Quando queremos “quebrar” uma maldição, sem lidar com as desordens estamos em rebelião.
Nossa família e o território que nascemos e vivemos determinam quase tudo na nossa vida. Carregamos a benção e a maldição dos nossos antepassados. A herança espiritual é um conceito de justiça baseado na filiação. A salvação se baseia nessa mesma Lei (Rm 8:15). Recebemos uma herança em Cristo quando nascemos de novo. Tudo que está acontecendo nessa geração é sintoma de coisas que não foram redimidas sacerdotalmente nas gerações anteriores. Os nossos pecados não redimidos pela confissão e pelo arrependimento vão autorizar uma perseguição espiritual de natureza correspondente. Do mesmo modo as bençãos vão nos alcançar e a nossa família, pela nossa obediência a Deus.
A mentalidade cristã nos ensina a assumir nossas responsabilidades (1Jo 1:8-10). Existencialmente não temos livre arbítrio por que a Lei de Deus é soberana e absoluta, mas moralmente temos. Somos responsáveis por nossas escolhas. A responsabilidade tem a ver com nosso caráter e nossas escolhas; a nossa herança familiar exerce influência em nosso caráter e também sobre nossas escolhas. A Responsabilidade são as nossas escolhas, a Herança é a influência que sofremos da nossa história familiar. Nossa história familiar, territorial e nacional vai nos influenciar de uma maneira muito forte, mas Deus responsabiliza cada um por suas escolhas e atitudes (Rm 14:12). A nossa responsabilidade está acima da herança (Ez 18:2-4). Não podemos responsabilizar nossos pais ou nossos antepassados por nossas escolhas erradas e nossas atitudes pecaminosas. A verdadeira liberdade está associada à responsabilidade. Somos livres quando somos redimidos na capacidade de pensar e reagir através do discernimento da Verdade (Pv 11:9; Jo 8:32,36). A solução para lidar com a maldição é reagirmos com arrependimento e quebrantamento, entender e amar a correção de Deus. “Bem-aventurado o homem a quem Deus corrige” (Jó 5:17). Quando aceitamos e amamos a correção Deus tira o castigo (Sl 32:5), por que o castigo expia a culpa.
Existe misericórdia e graça da parte de Deus, que é amor e rico em perdão, para perdoar todos os nossos pecados confessados e bondade para suprir cada uma das nossas necessidades; “Portanto, acheguemo-nos com toda a confiança ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos o poder que nos socorre no momento da necessidade” (Hb4:16).
“A lei me diz quão torto eu sou. A graça vem e me endireita.” D. L. Moody