Como a fisioterapeuta Juliana Carla tem tocado a nação Cambojana e assim, manifestado o amor de Deus
por Oade Andrade
Desembarco em Phnom Penh e de longe vejo o sorriso da missionária Juliana Carla de Almeida. Já era o início da madrugada e ela estava bem ali na entrada do desembarque me aguardando. Sorriso largo e muita agilidade, sempre. Aliás, quando se pensa em fazer algo, na prática, ela já foi lá e fez. Seguimos pra casa dela e depois para a Safe Place Mission no dia seguinte. No caminho ela compartilha que sonha em girar o mundo de carro, ela já tem a mochila, a rede e toda a “vibe” desprendida, o que falta é ouvir o “ok” dos céus para botar o pé na estrada.
Enquanto o tempo deste sonho não se concretiza, há quatro anos ela está morando no Camboja e servindo como fisioterapeuta e professora de inglês e desta forma, tem tocado vidas, literalmente. Quando nos conhecemos, há dois anos, tinha em seu coração planos de montar uma clínica de fisioterapia para atender a comunidade na Missão Adore e na vila no entorno da escola. Vi Juliana na sala vazia, gesticulando e apontando naquele espaço, descrevendo como seria a clínica. Agora, sou testemunha ocular do sonho que virou realidade de vida para ela e para muitas pessoas que são alcançadas e curadas ali. Eu te disse no início do texto, Juliana foi lá e fez!
Ainda na estrada falamos sobre o amor de Deus e como Ele se manifesta nas pessoas e por meio delas. Ela está empenhada nas sessões de fisioterapia com uma menininha de 3 anos que foi esfaqueada nas costas pelo próprio pai, “Essa guria vai voltar a andar, eu creio!” Ouvir essa frase me deu um click, a Ju é uma grande missionária, mas, ainda antes disso, Deus a fez trilhar uma formação linda como Fisioterapeuta. Sim, além da graduação ela é especializada em Fisioterapia do Esporte e Mestre em Tecnologia da Saúde. Como o Pai tem caminhos e pensamentos altos a respeito de cada um de nós! Ele gera frutos poderosos nas vidas daqueles que se dispõem a corresponder ao seu chamado!
Ju descobriu o seu “ide” para o Camboja quando assistia a um programa de televisão que falava sobre a nação. Segundo ela, viu neste documentário uma mãe que queria vender a sua filha. “Isso mexeu muito comigo e me fez chorar copiosamente, a partir daí comecei a orar pelo Camboja e a entender em Deus o que este país tinha a ver comigo. Comecei a estudar fisioterapia e depois de sete anos orando, o Senhor confirmou que me traria para esta nação, então foram mais três anos me preparando. Quando terminei meu mestrado fui convidada para vir para o Camboja”. Seu sustento é provido por Deus através da sua igreja no Brasil, a Comunidade Cristã de Curitiba e também de ofertas voluntárias de familiares, amigos e igrejas que a recebem e desejam investir e apoiar o seu chamado.
Pedi a ela um conselho “de ouro” para quem está iniciando a sua jornada como missionário transcultural, ela me respondeu convicta:
“tenha certeza do que Deus te direcionou, tenha palavras de Deus que irão te sustentar em sua decisão e esteja aberto para viver em uma nova cultura, mas, lembre-se de que o que sempre valerá será a cultura do céu”.