A maioria das pessoas ama borboletas, mas acabam ignorando as lagartas. Mas, para que a borboleta possa existir, um dia ela precisou ser uma lagarta. Esse é o testemunho de uma lagarta que hoje é uma linda borboleta.
Meu nome é Nathalia Camargo, tenho 27 anos, sou casada e tenho uma filha de três anos. Nasci na cidade de São Paulo, lugar em que também vivi por 25 anos da minha vida, ou seja, praticamente a vida inteira rs. Os últimos dois anos, tenho vivido na região do interior, com a minha família. Desde que perdi minha mãe vítima de câncer, foi o interior de SP que escolhi para morar. Ou melhor, foi nesse lugar que Deus me colocou, até que a obra que Ele deseja aperfeiçoar em minha vida neste tempo, se cumpra. Rescentemente lancei meu primeiro livro (lagartas também sonham) na Bienal do livro em SP, e tenho trabalhado em alguns projetos que no momento oportuno, falaremos.
Acredito que lendo o trecho acima, você suspeite que eu sou a pessoa mais feliz do mundo. Sim, eu sou. Pois tenho descoberto para qual propósito fui criada, e isso muito me alegra. Mas acredite, nem sempre foi assim. À seguir, conto à vocês como tenho chegado até aqui, mesmo com ínumeros motivos para deixar de acreditar:
Imagine uma criança tímida ao extremo? Uma adolescente com baixa autoestima? Uma jovem dominada pelo medo? Uma mulher que decide superar? Pois bem! Todas essas pessoas me representam em diversas fases da minha vida, mas a última é a que sou, de fato.
Acredito que por não ter sido desejada pelos meus pais, pois minha mãe tinha praticamente acabado de ter uma filha (miha irmã, mais velha), eu nasci com o sentimento de rejeição instalado dentro do meu coração. Embora eu tenha recebido muito amor da minha família desde que nasci, não era isso que eu sentia. Sempre muito tímida, não conseguia desenvolver diálogo com ninguém, muito menos com meus pais. A timidez me acompanhou até a adolescência, e foi ficando tão grave, que decidi buscar um meio de vencê-la, ao me matricular no curso de teatro, com 15 anos. Mas e a baixa autoestima? Como resolver? Na época, eu bem que queria ter a resposta dessa pergunta, mas infelizmente não tive tão rápido assim. Convivi por toda a adolescência, me achando a pessoa mais feia do Universo. Além de feia, me achava gorda (lembrando que eu devia ter no máximo 49 quilos, com 1m60 de altura). Vivia de dieta, e quando comia, ia ao banheiro vomitar propositalmente. Não gostava do meu cabelo, e nada que compunha o meu corpo. Meu maior desejo? Morrer. Eu acordava pensando em morrer, e dormia não querendo acordar. Mas embora eu sempre planejasse uma situação para tirar minha vida, o temor que sempre tive de Deus, me impedia. Filha de pastores, aceitei à Jesus com sete anos de idade, me batizei aos 11 e aos 13 iniciei meu ministério como líder de louvor. E você pergunta: Você era cristã, filha de Pastores, líder de louvor, e pensava em se matar? Sim. Exatamente. Eu já tinha um sentimento de rejeição dentro de mim, e perceber que por conta da minha timidez, e minha baixa autoestima eu não conseguia “evoluir” como pessoa, eu só entendia que realmente eu não poderia servir para nada.
Quando ingressei no mercado de trabalho, surgiu outro fator foi determinante para eu acreditar que a nuvem negra estava sobre minha cabeça: Eu passei a ter crises de pânico, não podia frequentar lugares muito movimentados, o que era impossível morando na capital, e dependendo do Metrô para trabalhar. Paralelo a isso, sentia a pressão por parte da familia e dos amigos, por nunca aparecer com namorado. Fui questionada e ouvi piadas a respeito da minha opção sexual. Minha juventude era basicamente assim: Massacrada pela pressão do trabalho de dia, fingindo ser feliz na igreja a noite, e chorando de maneira reprimida na madrugada. É claro que existia picos de alegria, assim como também na minha infância, que eu considero ter sido boa, embora conturbada. Mas era exatamente isso: Apenas picos. O que eu queria? Ser feliz em todo tempo, me amar, ser resolvida com a minha aparência, e principalmente: conhecer alguém que me transbordasse além de me ajudar a vencer em Deus, todos esses conflitos. Com 20 anos, conversei respeitosamente com meus pais e decidi sair da igreja deles, pois não me permitia ser mentorada, por pastores que também eram meus pais, isso dificultava 100% no meu “processo de cura”, e também não tinha um líder de jovens, visto que na época, a líder era eu. Além de não ter amizades da mesma idade que me auxiliariam na jornada. Sendo assim, passei a frequentar a sede da COGIC (Igreja de Deus em Cristo) ministério no qual congreguei por aproximadamente quatro anos. Foi quando passei a ter um relacionamento “direto” com Deus. Embora eu tenha tido um encontro com Deus, aos 16 anos, num retiro em que participei com meus pais, eu acredito que a maneira de Deus me fazer amadurecer, foi me “tirando do meio”. Entenda: Filha de Pastora não é Pastorinha. Precisa encontrar Deus, tanto quanto a mãe, um dia encontrou. Envolver-se não apenas com as atividades da igreja, mas principalmente com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e foi isso que comecei a fazer. Um ano depois de ter decidido mudar de igreja e viver algo novo, conheci o Alex (hoje, meu marido) numa rede social. E surpresa foi a minha, ao descobrir que ele também fazia parte da COGIC, porém, em outro bairro. É claro que os caminhos de Deus são mais altos que os meus, pois eu jamais imaginaria isso. Bastou um ano e alguns meses de namoro, para eu entender que ele era o amor da minha vida e aceitar o pedido de casamento. Ainda assim, antes disso, tive uma grave crise de panico que me obrigou a sair de São Paulo por um tempo, me afastando assim, do meu futuro noivo. As crises eram continuas e embora hoje eu entenda a importância de um psicólogo e todo tratamento necessário, na época era um tabu para a minha família, e talvez, para mim também. Então, decidi vencer em Deus. E venci! (Mas se hoje eu puder te aconselhar, eu diria para você procurar sim, a igreja, buscar vencer em Deus, mas não descartar a Psicologia.)
Em todos os momentos que eu era obrigada a ficar sozinha, simplesmente porque todo mundo estava muito ocupado, eu buscava a Deus, e pedia para que eu pudesse, um dia, descobrir quais eram os meus sonhos, e realizálos. Algum tempo se passou, eu já casada e com minha filha nos braços (que chegou 2 anos após o casamento), fui bombardeada com a notícia de que minha mãe estava prestes a morrer. Como disse no início do texto, ela foi vítima de câncer e após diversas operações, seu corpo não suportou. Mesmo que eu tenha convivido com ela e acompanhado todo o processo, eu acreditava que jamais ela morreria, mesmo vendo o quão debilitada já estava. Como Pastora, ela sempre teve muita fé, o que me inspirava a ter também. Mas em outubro de 2016, Deus decidiu curá-la de outra maneira: levando-a pra perto de Si.
Temendo reviver todo o processo novamente (crises, medo, pânico), meu marido e eu, decidimos nos mudar e viver um tempo novo. Na cidade de Iperó, uma cidadezinha situada na região de Sorocaba, interior do estado, encontramos a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, e foi lá, cultuando todos os domingos e recebendo a palavra liberada do altar, que venci o luto. E venci também, o medo de passar por tudo outra vez. Dois anos depois, aqui estou eu. Escrevi o livro, com o intuito de propagar aquilo que Deus fez na minha vida, e pode fazer na sua. Eu venci a timidez, que embora pareça ser algo pequeno, pra mim era como um gigante a ser vencido. Venci a rejeição, a baixa autoestima, o pânico, o luto e principalmente, eu venci em Deus, todas as forças de Satanás contra a minha vida. Talvez você não tenha percebido, mas o diabo bem sabia, do plano maravilhoso de Deus para a minha família. Sabemos que o inimigo luta contra as famílias, se ele me vencesse, seria uma familia a menos, pois eu cederia as suas paixões e tiraria minha vida. Não sei qual a situação que você enfrenta. Seja sobre sua aparência, seus medos, seja a depressão, a sindrome do pânico ou qualquer outro problema. Tudo é possível ao que crê. Creia! Lute! Não desista! Você vencerá!!!
Um grande abraço, Nathalia Camargo.
Instagram: @nathaliacamargooficial