Independente do tamanho do seu problema ou do lugar onde você se encontre hoje, Deus sempre estará pronto para te resgatar.
por Elisangela Almeida
Meu nome é Elizângela Almeida de Jesus Calado. Tenho 32 anos e nasci na cidade de Pavão, no interior de Minas Gerais. Sou a segunda de quatro irmãs e morávamos em uma fazenda de onde meus pais tiravam o nosso sustento. Não fui daquelas crianças que tinham de tudo, mas tinha o suficiente para sobreviver. Sempre fui muito sonhadora e sonhava em um dia sair dali, ir para uma cidade grande, conseguir um bom emprego e poder dar um futuro melhor para os meus pais e pra mim mesma, afinal, todas as pessoas que eu conhecia faziam isto, então eu pensava comigo mesma: “se eles podem, eu também posso”.Eu era uma adolescente rebelde, não ouvia conselhos dos meus pais. O não deles pra mim era um sim e desde muito nova dava a eles mui trabalho. Até que um dia, aos 13 anos de idade, vi a oportunidade de sair dali e correr atrás dos meus sonhos. Mudei-me para a cidade de Governador Valadares e fiquei ali por alguns meses. Consegui um trabalho, mas logo fui convidada a trabalhar de babá em Belo Horizonte e não pensei duas vezes. Aceitei mas infelizmente não durou muito. Influenciada por uma amiga, acabei indo trabalhar em Sete Lagoas. Quando ela me convidou, eu não sabia em que exatamente eu iria trabalhar, ela só me disse que eu iria ganhar muito dinheiro e sem precisar trabalhar muito, então via ali a chance de realizar os meus sonhos e mesmo sem saber o que era, aceitei o emprego. Chegando ao local combinado, me vi em uma casa de prostituição. Eu nem sabia o que se fazia ao certo ali, mas eu não pensei nas consequências, vi ali a oportunidade de ter tudo aquilo que eu não tive, então, em 1996, entrei pela primeira vez em uma boate. No início, eu achava tudo mágico. Festas, baladas, muito dinheiro… Chegava a ganhar por semana, R$ 4.0000 (quatro mil reais). Fiquei deslumbrada com tudo aquilo. Comprava roupas, sapatos, joias, perfumes e as noites eram sempre de festas e regadas a muitas bebidas. Eram noites de luxuria e de prazeres e eu chegava a ficar com até 15 homens no mesmo dia. Bebia quase 50 doses por noite e fumava uns três maços de cigarros.
Em uma daquelas noites, conheci um cliente que queria ficar comigo, mas não na boate e sim em outro lugar, então ele foi até o caixa e pagou a minha saída. Isso mesmo. Pagou a minha saída, porque para eu sair dali para ir a qualquer outro lugar, a pessoa tinha que pagar para o dono da boate para que ele me liberasse, pois éramos praticamente prisioneiras naquele lugar. Depois de ter pagado, saímos dali e fomos a outro lugar onde as pessoas também me conheciam e eu o apresentei como meu namorado. Ele, muito educado e gentil, não me desmentiu. Passamos aquela noite juntos e no dia seguinte voltei para a boate. Eu não ia à boate só para fazer os programas, eu morava lá. Era a minha casa, eu tinha o meu quarto que dividia com outra garota.
O tempo foi correndo e quando percebi, já havia passado um ano e eu ainda estava ali. Aparentemente eu era uma pessoa feliz, eu achava que era feliz. Tinha tudo que sempre sonhara para minha vida, mas no fundo, dentro de mim, existia um vazio. Quando eu entrava naquele quarto e a luz se apagava, sentia uma solidão sem tamanho. Eu chorava muito com saudades da minha casa, da minha família. Durante todo o tempo que estive ali, não dei nem uma notícia para eles, e as noites que eram mágicas no início, foram se tornando de dor e muito sofrimento, mas ainda assim, eu não encontrava forças para sair daquela vida. Durante aquele primeiro ano, eu havia conseguido ficar longe das drogas. Eu via as outras moças usando. As pessoas usavam perto de mim e até me ofereciam, mas eu nunca havia aceitado. Até que um dia não aguentei a pressão do ambiente em que vivia e não suportei. Experimentei. Assim, pela primeira vez na minha vida, experimentei a maconha e a partir daquele dia, ela se tornou minha companheira diária. Sentia-me bem e feliz novamente com a sensação que ela me proporcionava. Mas quatro meses de uso constante foram o suficiente para não fazer mais efeito, então fui à busca de mais prazer.
Comecei a usar cocaína. Sentia-me muito bem e a cada dia usava mais e mais. Lembro que em uma daquelas noites eu e mais duas garotas fomos para o motel com três rapazes. Ficamos ali por dois dias consumindo drogas e álcool. Eu comecei a me sentir mal e pedi para que me levassem para a boate. Não conseguia respirar e nem falar direito. Eu tinha a sensação de que ia morrer naquele momento. Eles me levaram a uma farmácia e o farmacêutico percebeu que eu estava tendo uma overdose e orientou-os a me levarem para o hospital, porque eu estava tendo uma parada respiratória, mas ao invés disso, me levaram para a boate e me jogaram naquele quarto sozinha. Se eu morresse ali, não teria nem testemunha. Fiquei ali sozinha por dois dias, sem água, sem comida, sem banho. Neste momento, comecei a me perguntar onde estavam todas aquelas pessoas que eu achava que eram minhas amigas, onde estava o dono da boate para quem eu achava que era uma pessoa importante? Hoje consigo ver que não estava sozinha. O Senhor estava ali comigo.
Recuperei-me e continuei a fazer tudo aquilo que eu fazia, talvez até mais. O crack era a droga que eu mais temia, na verdade eu tinha medo porque sabia que o dia que experimentasse, nunca mais largaria, eu estaria assinando minha sentença de morte, pois eu convivia todos os dias com mulheres que usavam e sabia como era. O tempo foi passando e o consumo de maconha, cocaína álcool, cigarros, era cada vez maior, até que um dia me vi usando a pior das drogas, o crack. Eu já não ganhava tanto dinheiro como no começo e tudo que eu ganhava era para sustentar o vicio e cada vez mais me afundava. Passei a ser humilhada e a ser tratada como um lixo pela sociedade. Quando eu saía nas ruas, as pessoas me viravam a cara, na verdade, eu mesma tinha preconceito de mim, até que em uma noite, aconteceu uma tragédia naquele lugar. A moça que dividia o quarto comigo, como todas as noites, foi fazer um programa e depois de meia hora retornou ao salão. O homem se despediu e foi embora, mas alguns minutos depois voltou à boate e sem dizer uma palavra, a esfaqueou na altura do umbigo, levando-a ao óbito. Fiquei desesperada e no dia seguinte, resolvi voltar para casa. E foi isso que fiz. Arrumei as malas e fui. Mas só consegui ficar lá por 15 dias, pois sentia muita falta das drogas. Então voltei para Sete Lagoas continuei a minha vida na mesma boate.
Quando completou quatro anos que eu estava naquele lugar, certa noite, chegaram alguns homens e como sempre, eu e outras garotas fomos recebe-los e um deles veio até mim, se apresentou e começou a fazer várias perguntas tipo: “ Qual o seu nome? Quanto tempo você está aqui?” … Eu comecei a achar muito estranho aquilo tudo, até porque na era comum alguém ter tanto interesse assim por uma pessoa que não era ninguém e que estava ali somente para satisfazê-lo. Para mim, ele era mais um cliente como qualquer outro, mas ele olhava pra mim e dizia que me conhecia de algum lugar e aos poucos, ele foi ganhado a minha confiança e acabamos descobrindo juntos que ele era o mesmo rapaz que quatro anos antes havia pagado para sair comigo e se passado por meu namorado. Ficamos mais uma vez juntos, ele me pagou o valor do programa e foi embora.
Mais um ano se passou e eu ainda estava naquele lugar, levando a mesma vida, totalmente viciada nas rogas, na prostituição, no álcool, sem motivação alguma de vida, até que aquele homem reapareceu com um amigo. Dessa vez, eu o reconheci imediatamente e logo pensei: “Já tenho um programa garantido”. O recebi como sempre, sentamos, pedi uma bebida e perguntei se ele não ia beber nada. A resposta foi não. Ele começou a conversa dizendo que queria namorar comigo e eu comecei a rir. Não sabia o que dizer. Não acreditava que um homem poderia ir até uma boate pedir uma prostituta pra ser sua namorada. Pensei: “Ele só pode estar brincando com a minha cara”. E imediatamente dei a minha resposta, dizendo que não, que isso não daria certo. Ele saiu dali muito chateado, dizendo que nunca mais voltaria naquele lugar. Continuei minha noite normalmente, mas quando fui pro quarto, não o porquê, comecei a pensar em tudo aquilo que havia acontecido, e no dia seguinte, resolvi procurá-lo. Anotei o meu telefone em um guardanapo e pedi a um amigo dele que o entregasse. Eu sabia que esse amigo iria vê-lo porque os ouvi combinando um jogo de futebol juntos, e esse amigo morava próximo à boate.
O dia passava e nada dele me ligar, até que bem no final do dia, o telefone tocou e era ele, me perguntando por que eu havia pedido pra que ele me ligasse, se eu já havia dito que não queria ser sua namorada. Então disse a ele que fosse à boate para conversarmos e ele foi. Durante a conversa, descobri que ele havia se convertido e ele me disse que não me queria como namorada. Ele disse: “quero você como minha esposa”. Meu pensamento foi: “ser namorada tudo bem, agora, crente e esposa, é muita coisa” e ria por dentro, porque não acreditava no que estava acontecendo. Mas Deus já tinha escrito a minha história. Eu aceitei ser namorada dele no dia 16 de abril de 2001 e aceitei a Jesus como meu Senhor e Salvador três dias depois, no dia 19 de abril de 2001. Quatro meses depois ficamos noivos. Como eu não tinha uma casa, mesmo depois de convertida, tive que continuar morando na boate, mas agora na condição de ajudante de cozinha, sem ganhar um centavo pelos meus serviços. Trabalhava apenas em troca de um prato de comida e um quarto para dormir. As pessoas que moravam ali não acreditavam que eu tinha mudado tanto, até porque, eu continuava ali.
Quando completamos meses de namoro, nos vimos obrigados a irmos morar juntos. Não conseguimos casar em tão pouco tempo, então fui morar com ele e desde o início, ele me disse que tinha 3 filhos do primeiro relacionamento e que o sonho dele era ter os filhos junto dele, então eles vieram morar conosco e eu, com 18 anos, sem experiência nenhuma, me vi dona de casa e mãe de 3 filhos. Pensei que ia ficar louca, mas Deus estava comigo.
Os anos se passaram e já estávamos juntos há quase quatro anos e ainda não havíamos nos casado. Um dia eu estava na igreja ministrando o louvor e o pastor Waldemar Faria chegou, chamou os pastores dirigentes da congregação e disse que eu não poderia estar no altar porque eu não era casada. Lembro-me que cheguei em casa e chorei muito. Foi uma dor enorme ouvir aqui, mas foi necessário, para que os planos de Deus se cumprissem na minha vida. Paulo, meu companheiro, vendo toda aquela situação, me disse que no dia seguinte, iríamos marcar o nosso casamento, e foi assim que no dia 18 de junho de 2004 me casei no civil, no dia 19 de junho na igreja e no dia 20 de junho de 2004 eu e o marido fomos batizados nas águas. O Senhor me amou, me resgatou me libertou do vício e das drogas. Eu era prostitua, drogada, discriminada pela sociedade, hoje sou serva do Senhor há 15 anos, sou cassada, mãe de três filhos e respeitada pela sociedade. Hoje Elizângela é missionária e vive de levar a palavra de Deus aos irmãos.
Separated they live in Bookmarksgrove right at the coast of the Semantics, a large language ocean. A small river named Duden flows by their place and supplies it with the necessary regelialia. It is a paradisematic country, in which roasted parts of sentences fly into your mouth.