Os planos de Deus, mesmo quando diferentes dos nossos, são infinitamente melhores
por Carolina Padrão
Isabel Cristina de Figueiredo dos Santos, a Bell, trabalhava na roça, em uma carvoeira quando viu Bruno Almeida dos Santos pela primeira vez. Ele ajudava o pai a carregar o caminhão de carvão, mas a jovem mal tinha coragem de levantar os olhos e encarar o rapaz. A primeira conversa só aconteceu 7 anos mais tarde, quando a jovem veio morar na cidade e acabaram se reencontrando, reencontro este que aconteceu através do pai do rapaz que pediu a ela que desse alguns conselhos ao filho. Bell já conhecia a palavra de Deus, mas tinha se afastado dos caminhos do Senhor, mas ainda assim, ligou para o jovem e começaram a conversar. Logo no início eles sentiram que era algo sério e a moça explicou a Bruno que para que pudessem ficar juntos, precisariam fazer tudo certo, que ele precisaria assumir um relacionamento sério com ela e que precisaria mudar de vida. Ele concordou e começaram a namorar e ali nascia uma nova família. Bruno e Bell tiveram 2 filhos, Maurício e Mateus, mas a jovem sempre sonhou em ter uma menininha, e foi pensando nela que engravidou pela terceira vez. A gravidez corria tranquilamente. Quando Bell já estava entrando no quinto mês de gestação, foi fazer um ultrassom e a grande notícia chegou… Era uma menina. “Eu estava apaixonada por uma menina e o médico disse que tinha mais de 80% de chance de ser menina. Eu estava muito feliz”. Mas pouco tempo depois, em um dia, quando Bruno havia saído para visitar uns irmãos da igreja Bell ficou sozinha em casa com os filhos e era mais um dia tranquilo, até que ela começou a ter um sangramento, sem dor, sem cólica sem nada. Bell ligou para o marido e foram imediatamente para o médico. Chegando lá, ao ser examinada, o diagnóstico foi de um sangramento comum, e o médico disse que estava tudo bem com a criança e que poderiam voltar pra casa. Voltaram para casa e a jovem ficou de repouso. Mas, naquela mesma noite, o sangramento voltou. Bell foi ao banheiro e sentiu que perdia uma grande quantidade de sangue mas sem dor. Voltamos ao médico e com o pedido de ultrassom veio a notícia… havíamos perdido nossa menininha. Eu tinha tido um aborto e nem tinha sentido. Mas, segundo a moça, foi tudo muito estranho. “O médico disse que meu útero estava limpo e fechado. Ele até perguntou se eu realmente estava grávida e quando mostrei pra ele os exames, ele não soube me explicar o que havia acontecido”, conta Isabel. A perda da tão esperada menininha fez com que o casamento entrasse em crise. A jovem tentava, mas não conseguia disfarçar a tristeza. Mas quando não se vê a saída é que Deus começa a agir. E Deus agiria de forma surpreendente. Mais ou menos 7 meses depois, Isabel estava em casa, justamente pensando em como teria sido se não tivesse perdido sua menininha. “Eu estava deitada na minha cama e meu filho Maurício, na época com 6 anos, chegou, me abraçou e passando a mão na minha barriga disse: ‘você está triste né mamãe? Você está triste porque o monstro veio e tirou minha irmãzinha da sua barriga. Mas não fica triste não mamãe porque Jesus veio e já colocou outro bebezinho muito melhor na sua barriga’. A minha reação foi de achar bonitinho, que ele estava me consolando, mas nunca imaginei que ele estivesse falando a verdade. Eu estava realmente com depressão, inclusive tomando remédios fortes, mas respondi ‘amém, meu filho’.” Uma semana depois, Isabel começou a passar mal, muita ânsia de vômito, enjoo. Ela foi ao médico e ele pediu um exame de sangue. Resultado: Ela estava grávida de exatamente uma semana. A gravidez foi tranquila, e a partir do oitavo mês, a jovem começou a ter dilatação. Era outro menino. O parto foi normal e tudo correu bem. “Quando vi o Calleb pela primeira vez, achei a cor dele diferente. Ele era “dourado”. Os médicos até fizeram o exame de icterícia, mas deu tudo normal, ele não tinha nada e no dia seguinte já teve alta. No dia da alta, a médica me disse que havia a suspeita de que ele fosse portador da Síndrome de Down e me pediu pra fazer o exame. Tivemos alta, mas só um mês depois conseguimos o resultado do exame. O resultado foi positivo”. Ao contrário do que se imagina, a reação dos pais foi muito diferente do que acontece habitualmente. “Quando a levei ao pediatra, ela confirmou. Mas não ficamos frustrados nem nada. Na nossa cabeça, estava tudo bem. Se fosse da vontade de Deus que ele tivesse essa síndrome, pra gente estava tudo bem”. Nesta ocasião, Isabel já havia se reconciliado com o Senhor Jesus e ela e sua casa serviam a ELE, então, o Pai colocou uma paz, um sentimento totalmente diferente de tudo que já haviam sentido no coração dos dois. E isso era apenas uma preparação para o que ainda estava por vir. No mesmo dia que a médica explicou o diagnóstico da síndrome de down, ela disse que tinha outra suspeita. Ela suspeitava que ele tivesse uma cardiopatia congênita. Após a realização de vários exames, mais uma vez o diagnóstico foi positivo. Calleb, tão pequenininho, precisaria passar por uma cirurgia grave. Ele precisava de uma correção nos ventrículos. Mais uma vez, a reação dos pais foi de calma.
“Falei com meu marido que se Deus tinha nos dado uma criança especial como o Calleb, Ele o curaria. Eu olhava para os olhinhos dele e via um brilho diferente, uma doçura, eu não sabia explicar” conta Bell. E Deus realmente cuidou de tudo.
Isabel conta que foi alertada de que seria necessário esperar um bom tempo pra conseguir uma vaga para Calleb, pois a cirurgia era cara, só era feita e m Belo Horizonte e que era de auto risco para o bebê, mas nada disso abalava a fé da jovem mãe e em menos de um mês, Deus providenciou tudo. Internação e todos os demais detalhes que eram necessários. Durante o período preparatório, mais uma vez, Isabel teve a confirmação de que Deus estava lutando suas lutas. Seu filho Maurício, ligou para ela e disse: “Mamãe, ora aí pelo Calleb que nós vamos orar aqui em casa junto com o papai para Jesus concertar o coraçãozinho dele. No dia seguinte, recebi a notícia de que tinha saído a vaga para a cirurgia dele. Em 3 dias fizeram a cirurgia dele. Durante a cirurgia, houveram várias complicações. Ele teve hemorragia pulmonar, convulsões e uma parada cardíaca mas eu estava confiante”. Depois da cirurgia, Isabel foi chamada para que explicassem o que aconteceu durante o procedimento. Pediram a ela que fosse positiva, pois ele teria que ficar em torno de 40 a 60 dias ainda hospitalizado. Só no CTI ele ficaria quase 30 dias, mas Bell respondeu prontamente: “ Não doutor, eu tenho fé no Senhor que eu sirvo. Meu filho vai ficar aqui no máximo 15 dias. E o médico disse que eu tinha sim que ser positiva, mas eu respondi que isso não era ser positiva, era ter fé no Deus que eu sirvo”. Bell contou ainda que ”quando ele ainda estava no CTI, o leito dele era na parte escura do quarto e eu via nitidamente uma luz no rosto dele. Ele ficava sempre corado e bonito. Só eu via aquela luz, ninguém mais. O médico me disse que nunca tinha visto uma criança especial que reagisse tão bem quanto ele. O Bruno não via a luz, mas eu continuava vendo”. Para o espanto de todos, alegria dos pais e para a honra e glória do Senhor Jesus, Calleb reagiu muito bem. Ele não perdeu peso e só ficou no CTI uma semana (seis dias). O prognóstico dos médicos era de pelo menos 20 dias na pediatria, mas com dois dias ele arrancou o cateter. Com 15 dias ele estava em casa. Saiu tomando remédios fortíssimos. Ele teria que tomar por até dois anos, mas após seis meses de uso teve alta da medicação e nunca mais teve problemas. Seis meses após a cirurgia o exame mostrou que o coração já estava totalmente normal. Inexplicavelmente. Hoje, conta Isabel feliz e agradecida a Deus, o desenvolvimento dele é muito bom. É muito acima da média. “Falaram-me que ele ia depender muito de mim, que ele seria uma criança que demoraria muito a andar, a falar e que ia demorar a entender as coisas, mas ao contrário disso, ele é uma criança excepcional. O desenvolvimento dele é muito maior que o esperado. Quando eu olho pra ele, ele trasborda amor”.