Quais são nosso verdadeiros motivos de adoração durante esse período tão importante da vida?
por Thaís Oliveira
Pretendia começar este texto dizendo que a adolescência é marcada por várias fases e experiências novas, mas todos os períodos da vida são assim, não é mesmo? Quando entramos na adolescência somos surpreendidas com sentimentos novos, olhamos para os garotos com olhos diferentes, sentimos frio na barriga, passamos a nos preocupar com a aparência, com roupas, sapatos, maquiagens. Queremos ir às festas, fazer grandes amizades, curtir a vida. E bem, nem sempre tudo o que desejamos fazer está de acordo com o que aprendemos em nossa caminhada cristã.
Se olharmos apenas para a nossa vida amorosa será que vamos encontrar mais espera e confiança no Senhor do que nossas próprias tentativas em criar capítulos novos para a nossa história? Tornamo-nos impacientes muito cedo, e ao invés de esperar em Deus, pelo que Ele tem preparado para nós, nos rebelamos e começamos a agir por nós mesmas.
Muitas de nós podem ter acomodado as suas caminhadas cristãs por acharem-nas careta, meio sem graça, séria demais. Talvez Deus exija demais e nós somos ainda tão jovens! Parece haver uma vida inteira a sua esperam, e lá na frente você vai tirar um tempo para Ele, né? Nós só não parecemos nos preocupar com o que Deus pensa a respeito do “tempo” que resolvemos dar a Ele.
Quando os hebreus foram libertos do Egito através da liderança de Moisés e do poder de Deus, enquanto caminhavam pelo deserto, o povo também se cansou de esperar no Senhor. Moisés subiu ao monte para receber do Senhor as tábuas com os mandamentos, e após ficar 40 dias e 40 noites, Deus contou a Moisés o que estava acontecendo com o povo em sua ausência: “Passados o quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança, e me disse: ‘Desça imediatamente, pois o seu povo, que você tirou do Egito, corrompeu-se. Eles se afastaram bem depressa do caminho que eu lhes ordenei e fizeram um ídolo de metal para si.’” (Deuteronômio 9:11-12)
Mas o que os levou a fazer tal coisa? O povo estava cansado de esperar por Moisés, ele estava sumido há 40 dias! Os hebreus estavam achando que Moisés “já era!”, tinha passado dessa para uma melhor, então eles precisavam de outro deus, simples assim: “[…] Venha, faça para nós deuses que nos conduzam, pois a esse Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.” (Êxodo 32:1)
Os hebreus escolheram resolver os seus problemas com suas próprias mãos e optaram por um costume egípcio ao qual estavam acostumados, adorar mais de um deus e construir uma imagem que o representasse. Foram juntados joias de ouro para que Arão fizesse o bezerro, e depois de pronta a estátua recebeu injustamente as honras que eram devidas a Deus:
– “Eis aí os seus deuses, ó Israel, que tiraram vocês do Egito!” (Ex. 32:4)
– Um altar e uma festa (Êxodo 32:5).
– holocaustos e sacrifícios (Êxodo 32:6).
Quantas vezes na adolescência, juventude ou vida adulta, nós optamos por caminhos próprios em que enchemos nosso coração do mundo e das coisas que nele há? Quantas vezes nós criamos nossos próprios bezerros de ouro? O seu bezerro pode ser um relacionamento, que você sabe que não agrada a Deus, mas teima em continuar. Pode ser aquele emprego que você colocou como um deus em sua vida, em primeiro lugar, e que não permite que você faça qualquer outra coisa. Vícios também são estátuas que nós polimos com frequência, entre eles pode estar o alcoolismo, a prostituição, e até aquelas maratonas de seriado que não tem fim!
Seriado?! “Lá vem esses crentes chatos!” Não me julgue, deixe que eu explique primeiro. Também amo ver séries, sofri quando tiraram o Mega Filmes do ar, sério! Durante meu ensino médio minha vida era assistir episódio atrás de episódio, o problema era que eu não conseguia fazer outra coisa se não dar play em mais um, “só mais um”, e assim nunca sobrava tempo para a Bíblia, para orar, para ler meus livros ou passar um tempo com a minha família. E quando percebi o problema comecei a me questionar sobre como eu saía após assistir sete episódios em um único dia e sobre o que eu ganhava com tudo aquilo Será que valia a pena? No final entendi que nada em excesso é bom, até mesmo as coisas mais inocentes.
O problema de construirmos nossos próprios deuses, sejam seriados, pessoas famosas, relacionamentos, é que enquanto dedicamos nosso tempo a ele negligenciamos nosso tempo com Deus, nós pecamos e começamos a escolher um caminho que nos distanciará cada vez mais do Senhor, a ponto de nos esquecermos de tudo aquilo que Ele já fez por nós. Entregamos as honras e sacrifícios que são para Deus a outros deuses, assim como os hebreus fizeram.
Enquanto cultuavam seu novo deus, os hebreus não perceberam no quanto magoaram a Deus. E não é injusto exigir que Ele cumpra uma promessa que fez a nós e não pensar nEle em um instante sequer? Deus não se ira? Não se sente magoado? Decepcionado? Só porque Ele é Deus deve levar tudo o que nós fazemos numa boa? Deus deve ter sentido tudo isso com relação às ações do povo hebreu: “Lembre-se disto e jamais esqueçam como vocês provocaram a ira do Senhor, o seu Deus, no deserto. Desde o dia em que saíram do Egito até chegarem aqui, vocês têm sido rebeldes contra o Senhor” (Deuteronômio 9:7).Deus não apenas se irou como queria destruir o povo, e só não o fez porque Moisés intercedeu pelo povo.
E as nossas ações, o que têm causado no Senhor? Será que temos dado o lugar que é dEle por direito? Quais são os deuses das nossas vidas? Se eles existem, estamos dispostos a seguir sem eles? Que não sejamos rebeldes, que saibamos esperar pelo tempo de Deus e que cada uma de nós venha a descobrir que a vida cristã não tem nada de sem graça, descobrir o propósito da vida ao lado de Deus é mais emocionante do que você imagina! E que tenhamos sempre o desejo de honrar a Deus e de fazê-Lo sorrir.
Te faço um convite hoje: Abra mão dos seus deuses e se proponha a fazer com que Deus sorria, que tenha orgulho de você.