Nunca se viu um crescimento tão grande entre os evangélicos, mas ao mesmo tempo, nunca se viu um evangelho tão afastado da vontade de Deus
por Érica Leite
Cada dia que passa, mais perto está a vinda do Senhor. E nós temos uma grande missão: ir e pregar o evangelho. A obra de Deus tem crescido muitíssimo, principalmente nos países da América do Sul. E esse crescimento tem se dado pela necessidade que as pessoas têm de encontrarem algo que lhes traga paz. O que tem atraído muitos olhares a essa “obra” que a cada dia tem se tornado mais lucrativa.
Em Atos 20:24, Paulo diz: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Fomos chamados para testemunhar o evangelho da graça de Deus!
Uma pessoa me contou ter feito um convite a um ‘cantor’ para ministrar em sua igreja. O empresário desse artista mandou um e-mail informando que o cachê era de R$ 48 mil, sem a banda: R$ 48 mil para ele testemunhar o evangelho da graça de Deus. Hoje, para se fechar um contrato, os empresários pedem a dimensão do palco, a estrutura de som, camarins adaptados e previsão de público para o evento. Alegam que para Deus tem que ser o melhor. Concordo: Ele merece o melhor! Mas a que preço?
Sou a favor que ministérios cobrem, pois a Bíblia diz que o obreiro é digno do seu salário; e acredito que ele é digno de ter o melhor em sua mesa. Mas não posso ficar calada à ostentação de glamour que o evangelho está se tornando. Ministério sim, comércio jamais.
Meu coração se entristeceu com uma experiência que tive ao chegar ao Brasil. Fui convidada para ministrar em uma igreja próspera financeiramente. Naquela noite, Deus se manifestou e ela experimentou algo que há muito não via: palavras dos próprios membros. No final do culto, o pastor me deu um envelope com R$ 100 e disse que era para pagar a minha janta. A minha tristeza não foi pelo dinheiro; talvez fosse o valor com o que podiam me abençoar. Mas pelo desrespeito com um profeta, como se eu tivesse feito um favor a eles. Sem falar que existe ainda a incompreensão de muitas igrejas que, tendo condição de abençoar os servos de Deus, não o fazem.
Servos que passam dias longe de suas famílias, privando-se de estabilidade financeira e uma aposentadoria que um emprego fixo os daria, para irem às suas igrejas e abençoar o seu povo! Talvez seja esse um dos motivos desenfreados dos números: a falta de naturalidade das igrejas em abençoar os verdadeiros profetas. Se muitos dependerem de oferta das igrejas, passam fome – a não ser que entrem para o sistema corrupto.
Seja qual for o motivo, de uma coisa eu sei: perto está a vinda do Senhor! E o consolo é que Ele continuará honrando quem verdadeiramente se entregar a Seu chamado.