Todos aprendemos e todos ensinamos, mas como deve se dar esta relação?
por Pr. Alzeir Rogério
De acordo com Paulo Freire, um das maiores autoridades em educação do Brasil, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”; assim, o aprender, em sua perspectiva, é mais que uma relação de saber; é relação de existência de vida; aprender é uma modificação estrutural não somente do comportamento, mas da convivência, é antes de tudo, uma atitude de amor, humildade e fé no ser humano, no seu poder de fazer e de refazer, de criar e de recriar.
O processo de ensino-aprendizagem decorre então de uma relação entre parceiros, onde todos ensinam e todos aprendem. Numa relação como essa, onde “professores” e “alunos” se sentem acolhidos em seus saberes e experiências, constroem juntos o conhecimento, alegram-se juntos pelas descobertas que fazem, percebem juntos o movimento da vida e da convivência no ato de ensinar e aprender coletivamente, produzindo proximidade, empatia e significado.
É exatamente isso que vemos Jesus fazer, nas narrativas em todos os quatro evangelhos, na sua relação com os discípulos e seguidores. Havia uma parceria, e esta era cada vez mais incentivada, havia acolhimento e todos eram aceitos, ele usou o conhecimento e os saberes de seus ouvintes para lhes comunicar e revelar verdades maiores, se alegrou com as suas descobertas incentivando-os a construírem juntos seus próprios saberes (de dois em dois, e como parte do Reino).
Podemos citar Paulo Freire, mas devemos seguir os passos de Jesus, afinal, Ele é o Mestre dos mestres.